Que saudade sinto do abraço!
Sentir outro coração bater no peito
Calor de quem se ama de qualquer jeito,
Cheiro de amor e de amizade
De quem se quer de verdade
Sentidos no olfato e percebidos no tato…
Que falta desse incrível contato!
Que saudade tenho do sorriso aberto
No momento certo ou incerto
Sem dissimulação da impostura
De quem nos imergiu nesta loucura…
E nos mantém na clausura
Num dia transmudado em noite escura…
Que saudade dos queridos amigos
Dos que o são e, até, dos que fingem ser.
Adversários, contendores ou inimigos
De olhar nos olhos e as expressões ver…
De continuar buscando o sentido da vida
E não mais vagar nessa estrada perdida…
Que saudade de poder falar de perto,
Seja verdade, mentira, errado ou certo,
Mas sem a máscara como cabresto
E nem me importar com o resto…
Sem as peias que nos foram impostas
Pelos que sempre nos traíram pelas costas.
Que desesperada saudade eu sinto…
Dos filhos e netos que não posso ver,
A não ser na tela aprisionante do celular
Que só amaina o meu grande sofrer
Pois não os posso cheirar, beijar, abraçar…
Seu hálito fresco sentir, perceber…
Que saudade tenho do que sempre tive
E que neste momento em que se vive,
Só nos resta com fervor rezar
Para que logo o abraço possa voltar
Trazendo todo o amor que só ele revive
E que com ele vamos nos reencontrar!
Senhor! Acalma está saudade!
Joffre Sandin
Barraco no Morro, 31 de dezembro de 2020.