Alguma hora, algum dia,
No final de uma existência,
Seja mais precoce ou tardia,
Não se evitará a sonolência
Própria de quem se aproxima
Da que, talvez, seja a final rima,
Nas imediações do umbral
Limiar do derradeiro portal.
Única via da nova dimensão,
Em tão incrível e etérea migração
Sempre difícil aos que atravessam
E tão triste para os que ficam.
Assim ocorre ao ser universal:
Deixa a matéria e segue imortal.
Joffre Sandin
Sírio Libanês, 8 de janeiro de 2020