BOLERO

BOLERO

A melodia do amor e da dor
Que nasce do amar com amor
Que não se importa de dar,
Sem contrapartida buscar

Ainda que o coração malvado
Sem dó, já não esteja ao seu lado,
Na súplica do momento fortuito
Insano implorar:- beija-me, beija-me muito…

Mesmo que somente uma vez
Angústia que traz a desídia
Daqueles olhos verdes a mirar

Quiçá, quiçá para então revelar,
Tendo na mão a Cuba-Libre da perfídia,
Que, se preciso fosse, começaria tudo outra vez…

Joffre Sandin
Princeton, 9 de junho de 2019
(Logo após ouvir uma linda interpretação de “Historia de Um Amor”, pela banda ^French Latino”, animei-me a fazer este soneto, no qual, possivelmente, só os meus amigos de sessenta anos para cima, irão identificar alguns versos vertidos para o Português, que ousei extrair de alguns boleros antigos, além dos que, para finalizar, tomei por empréstimo do saudoso e fantástico poeta, Gonzaguinha.)

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