GRAÇAS A DEUS

Vir ao mundo, nascer, ter a luz,

Ato humano, animal, natureza.

Descobrir – desvendar sem saber

– humidade, muita força, ar puro…

E se sorve com choro de adeus

Ao calor do aconchego escuro.

 

Milagre…

 

De amor e do amar,

A procura que termina no seio,

É sentir o lugar de onde veio,

É ser filho, é ter mãe,

É verdade, é seguro,

É a vida…

 

Graças a Deus!

 

Joffre Sandin

ADMIRAÇÃO

ADMIRAÇÃO

 

Só pudera ter partido

De u’a mente tão brilhante

Poeta genial e exuberante

Como eu quisera ter sido.

 

Da Mãe de Deus tão bem falar

Em versos puros e sublimes

Para que jamais tu desanimes

Da Virgem Santa poder chamar.

 

Hábil esgrimista da lusa Língua

Impecável de sua pena escoa

A certeza de que a fé não míngua

E com firmeza no Mundo ecoa.

 

Emanação celestial o inspirou

Ao falar da Mãe de Jesus Cristo

Fernando Pessoa se superou

Na fé em Deus como nunca visto.

 

Joffre Sandin

(Em admiração à oração, Ode À Ave Maria (de Fernando Pessoa).

 

Amigos, Horácio e Lilia,

Obrigado por me enviarem a oração “Ode À Ave Maria”.

Peço que desculpem a ousadia,

Mas tenho em Fernando Pessoa um ídolo e dele a inveja mais sadia.

 

A LUZ DA VELA

Hoje, da vela já não nos lembramos
Superada que foi pela eletricidade
Que nos trouxe tanta prosperidade
Com a qual todos nos acostumamos.
Até, se apagões nos tiram a serenidade,
Temos à disposição a tecnologia,
Que a tudo ilumina com energia,
Inclusive a potente luz de um celular,
Para da antiga vela não mais se precisar.

Entretanto, tendo tal pensamento
Aguça-se a minha curiosidade:
Será que ainda tenho uma de verdade?
Busco na memória e me vem o alento.
Esquecida num canto de gaveta,
Acomodada de maneira bem discreta,
Nostálgico, enxergo uma antiga vela.
Então, só para vê-la trabalhar,
Desligo completamente a eletricidade.

Dentro de uma profunda obscuridade,
Me ponho, encantado, para a vela olhar,
Ateando-lhe o fogo que sua luz revela.
Percebo, então, que, ao se consumir,
Clareia todo o ambiente ao redor
Com um lume tênue mas enriquecedor
Feito em luz que aos outros vai transmitir.
Enquanto em seu próprio fogo se esvai,
Seu corpo diminui com a cera que cai.

Então, começo a pensar e pensar
Comparando-a à humana existência,
Como ela, de efêmera consistência,
Mesmo quando no princípio da vida
Sem entender que está vida é só ida
E que só a luz aos outros concedida
Restará para os que puder iluminar
Como dádiva a, no coração, guardar.
Ao final, qualquer luz vai se apagar…

Joffre Sandin

MULTIUNIVERSO

Com o passar do tempo,
A gente encontra mais tempo
Na soma de horas do dia a dia
Para se impregnar de Filosofia.

Não sei se os cabelos maduros
Vão nos tornando menos duros
Para superar contratempos,
Renovando-nos de tempos em tempos.

Com o constante passar do tempo
Cada vez mais tempo nos sobra
A pensar:- na verdade, há quanto tempo
Iniciou o Criador sua inconclusa obra?

Cientistas falam na “partícula de Deus”
A fazer do “Big-Bang” a ignição
Quem sabe, Deus, à solidão dando adeus,
Ao explodir do nada imensurável vão,

Buscando no inverso do reverso
O surgimento do próprio anverso
Que, fantasticamente se torna verso,
E, enfim, converte-se em Universo.

E aí, ampliando-se o constante pensar,
Ciência, Fisica, Química – tudo se alia,
A se mesclar e cotejar com a Filosofia,
Pondo o pensante em contínuo divagar…

Não se encontram pontos incontroversos,
Pense-se em uma ou mais dimensões,
Vê-se que a Ele não faltaram razões,
Para ciar um, dois ou mais Universos.

Talvez, para que os seres possam migrar
No Multiuniverso, de um para outro mudar,
Quem sabe, por aquele mesmo Portal:
– o que exige do homem que seja mortal…

Joffre Sandin

MULTIUNIVERSO

Com o passar do tempo,
A gente encontra mais tempo
Na soma de horas do dia a dia
Para se impregnar de Filosofia.

Não sei se os cabelos maduros
Vão nos tornando menos duros
Para superar contratempos,
Renovando-nos de tempos em tempos.

Com o constante passar do tempo
Cada vez mais tempo nos sobra
A pensar:- na verdade, há quanto tempo
Iniciou o Criador sua inconclusa obra?

Cientistas falam na “partícula de Deus”
A fazer do “Big-Bang” a ignição
Quem sabe, à solidão dando adeus,
Explodindo do nada imensurável vão,

Buscando no inverso do reverso
O surgimento do próprio anverso
Que, fantasticamente se torna verso,
E, enfim, converte-se em Universo.

E aí, ampliando-se o constante pensar,
Ciência, Fisica, Química – tudo se alia,
A se mesclar e cotejar com a Filosofia,
Pondo o pensante em contínuo divagar…

Não se encontram pontos incontroversos,
Pense-se em uma ou mais dimensões,
Vê-se que a Ele não faltaram razões,
Para ciar um, dois ou mais Universos.

Talvez, para que os seres possam migrar
No Multiuniverso, de um para outro mudar,
Quem sabe,  por aquele mesmo Portal:
– o que exige do homem que seja mortal…

Joffre Sandin
31/05/2019